O
hábito da leitura é de grande importância para a vida profissional
e social das pessoas, uma vez que a leitura é essencial para um
processo de ensino-aprendizado satisfatório, pois é por meio da
leitura que se abrem novos horizontes e torna-se possível entender e
aprofundar conhecimentos sobre o mundo, até atuar nele efetivando
seu papel como cidadão.
Para
discutirmos as dificuldades na formação do hábito de leitura em
alunos do ensino fundamental, algumas obras foram analisadas e
comparadas com a fundamentação teórica de alguns pensadores
influentes da educação a respeito do especificado tema.
Os
resultados obtidos demonstram que boa parte dos alunos consideram o
hábito da leitura como “massacrante” imposta pelos professores,
isso ocorre pelo fato de que na escola ela é trabalhada de forma
errada, e em casa falta auxílio e incentivo para que esses
indivíduos leiam.
Com
base nos resultados pode-se demonstrar que o interesse pela leitura
ficou precária. Mas não podemos deixar de ressaltar que ainda
existem alunos que costumam procurar os livros não apenas como
obrigação, mas como um meio de lazer. Assim sugere-se mais
incentivo aos alunos desde cedo para obterem o hábito da leitura.
1.
INTRODUÇÃO
O
respectivo estudo apresentou como tema As dificuldades na formação
do hábito de leitura em alunos do ensino fundamental, e buscou
encontrar maneiras de vencer tais dificuldades.
O
tema escolhido decorreu de assuntos atuais frequentemente discutidos
por pesquisadores da área. A leitura além de ser instrumento para a
construção do saber em sala de aula, cria um indivíduo
crítico-reflexivo, pronto para transformar a sociedade em que vive.
No entanto, percebeu-se que cada vez menos jovens desenvolvem o
hábito diário da leitura. Dessa forma a pesquisa buscou colaborar
com educadores de Língua Portuguesa para que possam encontrar
subsídios para atrair a atenção dos jovens para a leitura com
práticas pedagógicas diferenciadas.
Foi
analisada ainda, a possível conexão entra o uso da leitura em sala
de aula e a construção do saber, que se baseou na metodologia que
teve como alicerce estudos estritamente teóricos e bibliográficos
que buscou atingir os objetivos propostos inicialmente. Foram feitas
pesquisas em livros, artigos, revistas e sites relacionados ao tema
proposto que apresentaram modelos inovadores de como trabalhar com a
leitura de maneira que atraísse a atenção de alunos do ensino
fundamental e que ao mesmo tempo não desrespeitasse os conteúdos
programáticos.
O
determinado assunto foi desenvolvido de modo que mostrasse a
importância da leitura, a dificuldade do hábito de leitura nos
alunos de ensino fundamental e buscou-se apresentar da maneira mais
clara possível contribuições dos principais pensadores da educação
que falam sobre o tema com a finalidade de constituir uma base
teórica para o respectivo estudo.
A
partir do exposto, o trabalho procurou demonstrar como a leitura é
trabalhada em sala de aula, sua importância no ensino-aprendizado e
também as suas deficiências. Desvelou-se descobrir o porquê dos
alunos terem tanto desprazer diante do processo de desenvolvimento da
leitura e ao mesmo tempo buscou-se sanar as dificuldades na aquisição
do hábito pela leitura.
2.
A IMPORTÂNCIA DO HÁBITO DA LEITURA
2.1.
LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Tendo
como cenário um país com baixos índices de leitura faz-se
necessário tentar compreender a razão de tal fracasso.
Através
de análises efetuadas em vários países a respeito da aquisição
da prática de leitura, mencionadas por Bamberguer (1987),
“observou-se diferenças gritantes quanto ao interesse pela
leitura”. Tais análises conferiram enormes contrastes a quatro
elementos decisivos: a colocação dos livros na escala de maior
valia no país; a bagagem cultural; as chances de leitura (este em
questão destaca a imprescindibilidade das escolas, suas bibliotecas,
como também as bibliotecas públicas que há em cada cidade do país
que irá exercer um papel essencial); o alto valor do livro
relacionado a questões socioeconômicas, e o papel que os livros
desempenham na construção de um sujeito que será um futuro leitor
crítico-reflexivo.
Foi
possível citar a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil que teve sua
3ª edição realizada em 2012, nela notou-se que “há no Brasil
88,2 milhões de leitores, ou seja, 50% da população – 7,4
milhões a menos do que em 2007, quando 55% dos brasileiros se diziam
leitores”.
Após
uma possível reflexão anteriormente sobre o valor dos livros
condizente com o aspecto socioeconômico da maior parte das famílias
brasileiras, será o preço do livro o que lhes impede o acesso às
obras?
“A
pesquisa aponta que não. O preço fica em 13º lugar como razão
para se ler menos do que se lia antes, com 2% dos entrevistados. A
falta de interesse fica em primeiro lugar, com 78% e a falta de tempo
em segundo, com 50%. Também foi apontado que o livro tem hoje uma
série de concorrentes – 85% das pessoas preferem assistir TV em
seu tempo livre e 52% ou música ou rádio. A opção pela leitura
aparece em 7º plano com 28%. A boa notícia é que houve maior
fidelização dos leitores aos seus queridos companheiros, os livros:
atualmente, 49% deles leem mais, ante os 40% de 2007, equivalendo a
um acréscimo de cerca de 5 milhões de leitores. O índice de
leitura por prazer também subiu em 2011: é de 75% contra 70% em
2007. A média de livros lidos em casa aumentou: de 25, em 2007, para
34, em 2011. Crescimento de 36%.” ( RETRATOS DA LEITURA NO BRASIL,
2012)
Os
resultados atingidos revelaram que ainda existem mais questionamentos
do que soluções: Como acordar no jovem aquele apreço pela leitura?
Quais atitudes são verdadeiramente efetivas na mediação da leitura
nos alunos do ensino fundamental?
Desde
muito tempo a leitura foi classificada, apenas, como um canal de
propagação de um comunicado importante. Hoje, ler significa um
processo mental de vários níveis, o que contribui e muito para o
desenvolvimento intelectual, profissional e social do ser humano.
A
imprescindibilidade da leitura deve ser reconhecida socialmente, pois
a vida individual, social e cultural de um sujeito, se dá devido à
aquisição do hábito de leitura desde a infância até a fase final
do seu desenvolvimento, pois desenvolve as potencialidades
intelectuais de cada um, o de aprender, desenvolver e progredir. “O
ato de Ler não nasce com o indivíduo, assim como as outras funções
vitais. Este ato precisa ser ensinado e aprendido, e neste processo o
professor é o mediador” (BARBOSA 1990).
Segundo
Ferreiro e Palácio (1987), o ato de ler é beneficiado de uma
variedade de opções. “O leitor não responde simplesmente aos
estímulos do meio, e sim desenvolve estratégias para trabalhar com
o texto de tal maneira que seja possível compreendê-lo”.
O
hábito da leitura é importante na vida intelectual, profissional e
social das pessoas, e a leitura, é um instrumento essencial para um
ensino-aprendizado satisfatório e significativo, pois é por meio
dele que se abrem novos horizontes e torna-se possível entender e
aprofundar conhecimentos sobre o mundo, até mesmo atuar nele como
cidadão de direito.
O
leitor, durante o seu ensino fundamental, pode ser apenas um aprendiz
se não apreciar as maravilhas oferecidas no ato de ler, nunca
ganhará autonomia e perderá a oportunidade de ser transformado pelo
hábito e pelo prazer que a leitura proporciona. A palavra escrita é
a principal ferramenta para compreender o mundo em que os sujeitos
estão inseridos. A grandeza do texto consiste em dar a possibilidade
de refletir e interpretar a sociedade, o mundo em que se vive da
maneira em que se acreditar estar certo. O livro é o ponto de
partida para o desenvolvimento da leitura, assim, se estudou a
importância da leitura e as dificuldades que foram encontradas ao
tentar incluir a leitura no dia a dia dos jovens que estão no ensino
fundamental.
Kleiman
(1993) evidenciou claramente como a leitura foi aplicada pelos
educadores em sala de aula, e como foi vista pelos educandos do
ensino fundamental: “A leitura é vista pelo corpo discente como
algo “massacrante”, imposta pelos mestres.” Isso aconteceu
porque ela foi aplicada de um modo incorreto desde as séries
iniciais. As escolas usaram excessivamente os livros didáticos, em
que o texto era apenas um grupo de componentes gramaticais, os quais
foram trabalhados separadamente, de forma desconexa, ou seja,
retirou-se a mensagem do texto por meio da assimilação e da
compreensão de cada palavra, uma por uma. Verdadeiramente, a
essência do texto manifesta-se da associação entre seus
componentes, um elemento isolado não tem significação, pois elas
estão todas unidas, e essa união é que exprimiu a questão total
do texto, ou seja, cada palavra tem seu valor que somada a outras
formarão o significado da frase ou do texto em questão.
Outro
erro lastimável na leitura é fazer um interrogatório a respeito do
texto que foi lido, em que as respostas constem explícitas no texto,
sem qualquer interpretação. Além de fazer com que o aluno exerça
essas tarefas automaticamente, sem usar a imaginação, o
conhecimento de mundo e o raciocínio, é também uma negligência
para com o autor, afinal, o texto é criado para que os leitores
viagem para um mundo fictício usem de sua imaginação e
criatividade, transportem-se para um mundo utópico, ou até mesmo,
em alguns casos usem suas próprias experiências vivenciadas.
Para
que o processo da leitura seja efetuado aos alunos de ensino
fundamental, de fato, primeiramente o educador deve apresentar textos
com temas interessantes aos sujeitos-leitores, temas polêmicos,
atuais e que de algum modo desperte o interesse dos alunos, ou seja,
a curiosidade deles, logo após o sujeito-leitor dever-se-á
perguntar por qual finalidade está lendo, ou seja, qual seu objetivo
ao efetuar determinada leitura, só assim sua leitura terá sentido.
Conforme
Geraldi (1984) declarou, “a característica básica ante o texto é
o objetivo do leitor, ou seja, o leitor deve extrair do texto uma
informação. Sabendo fazer isso, já é um grande passo para que o
leitor comece a ter o gosto pela leitura”. Em alguns casos, ler se
tornou uma agonia, uma vez que a falta de conhecimento sobre o tema
discutido, tornou-se um problema para o jovem. Nas escolas, por
exemplo, muitas vezes, não houve estímulo à leitura. “Na sala de
aula, os textos são fragmentos descontextualizados”, como afirma
Soares (2006, p. 25), geralmente retirados do livro didático, que
regia a aula.
Os
textos foram utilizados como argumento para a prática de atividades
contínuas, como questões que trabalhassem a gramática. Desse modo,
os fragmentos de textos lidos pouco acrescentavam de importante à
vida do leitor.
Assim,
é indiscutível a importância do tema em questão, pois está
diretamente relacionado com a formação do sujeito, de sua
personalidade, seu caráter, e intelecto. Por isso, evidenciou-se que
o ato de ler é a urgência em que o ser humano se dispõe-se frente
ao mundo, em frente ao outro, fortalecendo, por meio do entendimento,
da análise e da escrita, suas habilidades críticas. Segundo Freire
(1988, p. 21) “a importância do ato de ler, que implica sempre a
percepção critica, interpretação e reescrita do lido […]”. É
na interação com a leitura, sendo esta uma ferramenta de
aprendizado e critica, mas também de distração e diversão, que o
leitor relaxa, aprende e se desenvolve continuamente.
Esta
pesquisa comprovou pelo fato de que, somente através da leitura, o
ser humano se constrói como sujeito ativo e crítico, estabelecendo
condições para refletir sobre vários aspectos e formular opiniões
sobre vários assuntos. Tal entendimento propôs a ideia de que a
formação de jovens leitores competentes se constitui por meio do
contato com diversos textos, relacionando os dados textuais com seu
conhecimento prévio, de modo a interagirem com a leitura e ao mesmo
tempo com seu conhecimento adquirido. Entretanto, para Liberato
(2007, p. 14) “é possível que o leitor não consiga ler um texto
que, embora escrito numa língua que ele domina, trate de um assunto
sobre o qual ele não tem informações”. No entanto notou-se que
quando o leitor não consegue captar o sentido do texto lido, tudo
dificulta.
Deu-se
que este foi uma das maiores barreiras encontradas pelos indivíduos
que não realizam esta atividade frequentemente. Todavia, para
esquivar-se de circunstâncias análogas, foi relevante tornar o
hábito da leitura mais e mais constante, visto que é a partir do
ato da leitura que fortalece o raciocínio, como também a
aprendizagem.
Tudo
depende da forma que foi visto, analisado e entendido o que estava
sendo lido. Cada pessoa compreende de seu modo, ou seja, que cabe a
seu entendimento, tudo depende de seu pensamento, cultura e
conhecimento prévio em relação ao tema que foi lido, cada
sujeito-leitor tem autonomia de pensamento durante a leitura, seja
para apoiar o autor ou para desaprovar, tudo se reflete no atoa da
leitura.
Ao
ler um texto, muitas vezes por preguiça, pratica-se uma leitura de
forma superficial e, com isso, não entende-se o que está contido
implicitamente nas entrelinhas do texto.
“Não
acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gosto mecânico
de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais não se ligam de
imediato a uma experiência, uma fantasia uma necessidade nossa.
Reagimos assim ao que não nos interessa no momento”. (MARTINS,
2007, p. 9).
Além
de tudo isso que foi destacado, se o sujeito leu, sem determinar sua
finalidade, evidentemente o entendimento será insuficiente, visto
que é a finalidade que dará rumo à leitura.
Assim,
“se o sujeito ler o texto, pensando apenas em achar respostas a
perguntas que serão feitas posteriormente, certamente só se estará
atendendo as expectativas da escola”, conforme destacou Kato (1999,
p. 134-135).
Deste
modo, acreditou-se que a compreensão da leitura se deu em uma
atividade que envolvia a união do velho com o novo. Para Kato (1999,
p. 62) “essa conexão se deu a fim de desenvolver no aluno-leitor a
habilidade de deduzir complementarmente com a averiguação e
confiabilidade das informações antecipadas, visando à apreensão
dos processamentos de forma a constituir o leitor maduro”.
A
leitura é uma condição para dar voz ao ser humano, além de
prepará-lo para torná-lo sujeito ao ato de ler. O ato de ler é um
processo mental complexo e descontínuo que exige tempo e
concentração. Os conteúdos apresentados em turmas do ensino
fundamental, assim como também a leitura, surgirem gradativamente na
vida do estudante, na medida em que ele é inserido no contexto de
símbolos que fazem parte de seu dia a dia. Assim, é na escola que
esses conceitos devem ser reforçados, principalmente pelo educador,
cujo papel é fazer com que a leitura seja um hábito diário na vida
dos alunos, de forma a tornar-se uma atitude natural do indivíduo.
Kleiman
(2000, p. 15) alertou o educador: “a leitura se baseia no desejo e
no prazer, não em uma atividade desagradável visando à decifração
de palavras, que leva o aluno a caracterizar o ato de ler como
difícil demais, inacessível, não fazendo sentido para o mesmo.
Afinal, o sujeito conceber a leitura como um objeto de aprendizagem,
que faça sentido a ele”.
Necessitava,
pois, segundo Geraldi (2006, p. 110) “necessário resgatar na
escola e trazer para dentro dela o que dela se exclui por princípio:
o prazer de ler sem ter que apresentar ao professor e à escola o
resultado desse prazer, que a própria leitura”. O ato de ler é
efetuado para que sejam ampliados os limites do próprio
conhecimento, de forma divertida e descontraída.
Geraldi
(2006, p. 60-61) assegurou que “o professor não deve visar à
cobrança da leitura, dado que o que se busca é desenvolver o gosto
pela leitura e não a capacidade de análise literária”. A
avaliação do professor deve ser em um aspecto qualitativo, e não
quantitativo, deve-se contar a progressão do aluno em relação à
determinada leitura e não a quantidade de livros que ele lê em uma
semana ou em um ano por exemplo.
O
papel do professor, no que tange a leitura, faz-se principalmente em
forma de estímulo, deixando com o que o aluno tenha liberdade de
escolha e se sinta capaz de ler o que gosta o que lhe dá prazer de
maneira que o aluno não se sinta pressionado. Caso contrário, o
desinteresse aloja-se. Silva (1986, p. 84-85) diz que “um dos
motivos para tal desinteresse, pode estar na escolha realizada pelo
professor, exigindo que todos da turma leiam o mesmo título, sem
opção de escolha, geralmente clássicos da literatura”. Nessa
escolha que beneficia apenas um lado, nem sempre o que agrada o
educador compatibiliza com o gosto do aluno. Silva (1986), afirma:
[…]
“é de competência do educador, entretanto, analisar a
adequabilidade, o interesse e a motivação para a leitura. Assim,
com tais critérios, assegura-se o sucesso do livro. Outras
informações a respeito da obra ainda são relevantes; entre elas, o
assunto abordado é adequado para a faixa etária e o nível de
escolaridade, visto que não se deve ficar apenas com informações
exteriores contidas no livro, mas saber e conhecer a melhor obra para
a turma e até mesmo para a escola”. (SILVA, 1986 p. 86)
Para
que o ensino-aprendizado da leitura no ensino fundamental forme
jovens leitores é necessário que o papel do educador seja de
mediador do conhecimento. Por isso, para Geraldi (2006):
“não
pode o professor usar a leitura para outros fins, como pretexto para
desenvolver outra atividade: dramatizar uma narrativa, ilustrar uma
estória, por exemplo. O tipo de leitura em que o intuito de ler por
ler se faz gratuitamente, quebra tal paradigma tão alicerçado por
professores no ensino fundamental”. (GERALDI, 2006 p. 26-27)
Nas
palavras ditas por Geraldi (2006, p. 107), “o professor é somente
observador do diálogo do aluno com o texto”.
Nesse
processo do aluno-leitor com o texto/autor, o professor é o
expectador, apenas vê efetivar-se o processo de leitura em seu
aluno, em algumas situações entra em cena e torna-se mediador, que
sana as dúvidas que surgiram e ao mesmo tempo questiona ao longo do
procedimento.
O
aluno carece e deve ver tanto o educador, quanto o livro, uma
referência em que possa buscar o conhecimento e sanar suas dúvidas.
Os livros em vários momentos podem ajustar-se às experiências
vividas do leitor.
A
liberdade com que o aluno tem abordado os livros que lê decorre do
não privilégio a um único sentido ao texto, mas aqueles sentidos
que a experiência de mundo, de cada leitor, atribui ao livro que lê
na produção de sua leitura. A qualidade (profundidade) do mergulho
de um leitor num texto depende de seus mergulhos anteriores.
(GERALDI, 2006, p. 112).
A
leitura escolar no ensino fundamental precisa de planejamento
desprovido de autoritarismo e rico em soluções para as
necessidades, inquietações e desejos de alunos-leitores. É
necessário comprometimento com o uso dos livros, favorecido pela
ação do educador. Cabe destacar, por fim, quais finalidades a
escola possui com relação à leitura e as dificuldades
características ao educador e ao educando. Diante do exposto, foi
possível propor caminhos para os profissionais que atuam com a
leitura, respeitando as particularidades e auxiliando no processo de
ensino-aprendizado, de forma a obter o prazer advindo de forma
natural de cada jovem, como também a realização de uma leitura
significativa.
Para
vencer as barreiras encontradas na aquisição do hábito da leitura
nos alunos do ensino fundamental, ou seja, para tornar alunos do
ensino fundamental sujeitos leitores, para desenvolver, além do que
a competência, o apreço ou o compromisso frequente com a leitura,
as instituições de ensino terão de estimulá-los internamente,
pois adquirir o hábito de ler requer estímulo e engajamento.
Dever-se-á fazê-los acreditar que a leitura é algo atraente e
estimulante, algo que, conquistado integralmente, dará independência
e autossuficiência, como também necessitará transformá-los em
seres confiantes, requisito para poderem se instigar a “compreender
fazendo”. Essa é a percepção de ler que se ânsia nas
instituições de ensino e em qualquer outro lugar, que favorece o
aprendizado de forma agradável e estimulante, que faz assimilar,
desenvolver uma percepção crítica e extensa do mundo, dos seres e
vida de cada um.
O
processo de leitura em si estabelece uma teia de conexões,
interações significativas entre quem lê e quem escreve a que se
acrescentam as ideias de uma ou de várias pessoas (autor, crítico,
leitor) e o contexto em que todos se inserem. Além disso, resulta em
conferência do conhecimento próprio, crítica e ou aceitação do
que já foi dito. Depois de ler, independentemente do tipo, quando os
questionamentos propostos pelo texto são respondidos, ocorre o
entendimento. Só o ato da leitura desperta o interesse e desenvolve
o diálogo entre texto e leitor, ou seja, concede compreensão.
3.
O PAPEL DA FAMÍLIA
Notou-se
que é incontestável a importância da leitura e da escrita para a
formação do educando. Assim, o primeiro contato que o sujeito teve
com a escrita e com a leitura veio do âmbito familiar. Vendo dessa
forma, para Freire (1995, p. 12) “a leitura inicia-se no próprio
contexto sociocultural a partir de ideias que fazem do conhecimento
de mundo e que vão se aprofundando de acordo com seu
desenvolvimento”.
Como
afirmou Zilberman (1999):
“Crianças
que desde os primeiros anos de vida se habituam a manusear livros
infantis e ouvem histórias contadas pelos pais, avós ou babás e
mais tarde leem aventuras cujos protagonistas são crianças de sua
mesma faixa etária, provavelmente desenvolverão com mais rapidez o
ofício da leitura. Essas crianças, na fase adulta, com certeza
sentirão um imenso prazer na leitura. São capazes de ler e escrever
mais facilmente desenvolve a imaginação e amadurecem a
sensibilidade mais rapidamente que outras crianças em situações
adversas.”
Antes
mesmo, ao inserir-se no âmbito escolar, o sujeito já demonstrava um
contato com a escrita e a leitura, por meio da assimilação e do
entendimento com seus rabiscos.
Entretanto,
viu-se que boa parte da população brasileira não tem o costume de
ler assiduamente, ou seja, pouco se lê; e isso é preocupante em uma
sociedade onde os níveis de jovens leitores é crítico. Muito se
escuta sobre leitura e sua importância, mas a prática é
completamente diferente, as pessoas não veem a leitura como um
hábito que deve ser seguido continuamente, mas como uma obrigação.
Na
verdade, não é função simples incluir o hábito da leitura nos
jovens, preferencialmente entre 12 e 15 anos, uma vez que estão em
processo de construção da personalidade, principalmente sabendo
dessa constatação, mas esse é o desafio de professores em conjunto
com a família; motivar para que o processo ocorra de forma prazerosa
e divertida, de maneira que o indivíduo deixe de lado aquele
pensamento de que a leitura é obrigatória, que é exigida pela
escola e são restritas aquelas obras impostas pelos currículos, é
importante que os jovens saibam que existe mais do que isso, ou seja,
que existe livros sobre todos os temas cabíveis, para todos os
gostos, que proporciona uma viagem para um mundo fictício onde o
aluno pode aprender e ao mesmo tempo ter seu momento de lazer.
Cabe,
portanto, para Freire (1995, p. 17-21), “à escola e aos
professores que são essenciais na influência sobre a leitura no
aluno, orientar, mais precisamente, despertar o gosto para o ato de
ler.” Uma vez que, o aluno ao ver a família envolvida e
comprometida com o hábito da leitura, certamente terá um grande
estímulo, uma vez que a família é um espelho para os jovens.
A
família pode começar o estímulo partir de seu próprio hábito,
visto que o jovem, ao ver seus pais ou outros sujeitos de seu círculo
social efetuando o ato de ler, sentir-se-á estimulada a conhecer.
Essa conduta de encontrar o encanto do mundo modificará o indivíduo,
aos poucos, em um leitor.
As
dificuldades na formação do hábito da leitura em alunos do ensino
fundamental vivenciadas no dia a dia escolar são sem dúvida, um
tópico essencial, pois aprender a buscar uma metodologia adequada
para superação das dificuldades encontradas facilitará o processo
de aquisição do conhecimento. Depende muito da perspectiva de cada
professor a responsabilidade de traçar um plano de trabalho, focado
no desenvolvimento da leitura, como pressuposto fundamental para
desenvolver sujeitos conscientes, instruídos a interpretar textos,
afirmar relações impulsionar-se ao universo de possibilidades de
modo crítico e inovador a fim de conquistar espaços, em uma
sociedade marcada pela competitividade.
As
práticas de leitura no ensino fundamental deverão ser valorizadas
pelo professor, que absorverá as que acontecem no cenário social
auxiliando assim para a composição de um leitor crítico e capaz de
transformar e proporcionar situações de cidadania e
responsabilidade social.
Frente
ao exposto, espera-se que a pesquisa tenha contribuído para
intensificar as discussões sobre o tema em destaque. Pretendeu-se,
ainda, que as análises bibliográficas utilizadas nesta pesquisa
tenham contribuído para os debates sobre as dificuldades na formação
do hábito de leitura no ensino fundamental.
É
importante que o professor procure criar no cotidiano escolar um
estimulo diário de leitura: leitura, exposição de histórias,
incentivando a procura e a permutação de livros entre os jovens,
designando um momento para a leitura em sala de aula, trazendo textos
de livros de interesse geral da classe, ou seja, abrindo espaço para
que o aluno tenha oportunidade de ler o que lhe agrada, do que ele
quer ler aconselhar leituras associadas aos gostos da turma, criar um
canto para ler na escola, ampliar a biblioteca da escola através
exposição de livros, leitura, adaptação de livros, sair para
analisar e conhecer bibliotecas públicas da cidade, entre outras
atividades correlacionadas a leitura.
Enfim,
criar ofertas variadas e instigantes, oferecendo, assim, uma imersão
no universo dos livros e oferecendo condições para que ela se
torne, de forma efetiva, um exercício interdisciplinar e
intertextual são passos fundamentais e significativos para a
formação de um novo tipo de leitor. Ler dá aos jovens a
oportunidade viver entre dois mundos; o mundo real e o imaginário, o
que irá oferecê-los um prazer imenso, é de extrema importância
que a leitura seja incentivada pelos educadores, como também pela
família dos jovens em questão, só assim haverá a possibilidade de
formar sujeitos críticos, aptos para viver em sociedade e astutos de
maneira em que tenham um futuro brilhante e digno.
4.
METODOLOGIA
Este
trabalho teve como alicerce estudos teóricos sustentados por autores
que se dedicaram e ainda dedicam-se ao estudo da leitura, tais como
Richard Bamberg, Paulo Freire, João Wanderlei Geraldi, Ângela
Kleiman, Magda Soares, Regina Zilberman, Ezequiel Theodoro da Silva
entre outros; como também de pesquisas bibliográficas através de
análise de artigos de revistas acessados virtualmente, como também
pesquisas em livros dos respectivos autores contidos nas referências
do trabalho que falaram sobre o tema em destaque: as dificuldades na
formação do hábito de leitura em alunos do ensino fundamental;
buscou-se atingir os objetivos propostos inicialmente, que foi
primeiramente criar estratégias de modo que a leitura fosse inserida
no contexto escolar e social dos alunos diariamente para que forme
sujeitos leitores críticos e reflexivos prontos para mudar o mundo
em que vivem, e ao mesmo tempo associar o hábito da leitura na
escola como fonte de aprendizado e conhecimento.
Foram
analisadas também pesquisas realizadas em âmbito nacional como a
realizada pela organizadora Zoara Failla, intitulada como “Retratos
da leitura no Brasil” que teve sua 3ª edição realizada em 2012,
da qual seu objetivo foi apontar as perspectivas do número de
leitores naquele determinado período. Logo através da análise dos
respectivos resultados o trabalho foi incrementado com índices
praticamente atuais contidos na pesquisa.
Recorreu-se
também a reportagens e sites relacionados ao tema proposto e foi
desenvolvido, ou seja, criado, com o auxilio desses meios que
alicerçaram as ideias de modo que pudessem conduzir de forma
inovadora propostas para incluir o hábito da leitura no dia a dia
dos jovens do ensino fundamental de modo que eles possam ler o que
for de seu agrado, ou seja, ao praticar a leitura deve fazê-la por
prazer, precisam ter esta satisfação ao apreciar uma boa leitura,
tornando-a um ato satisfatório, e não praticá-la de forma mecânica
e meramente desinteressada.
Enfim,
o respectivo trabalho visou solucionar os problemas de aquisição do
hábito da leitura, porém evitou causar mudanças drásticas no
contexto escolar diário, ou seja, que os resultados possam trazer
avanços significativos nos resultados escolares, e ao mesmo tempo
seja possível respeitar as normas impostas pelos conteúdos
programáticos e as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O
trabalho realizado teve como problematização “Como vencer as
dificuldades na formação do hábito da leitura em alunos do ensino
fundamental”. O respectivo tema decorreu de debates constantes
entre estudiosos da área da educação, além de que a leitura foi e
sempre será instrumento na construção de sujeitos críticos.
No
entanto, havia cada vez menos jovens que possuíam o hábito de ler.
Desse modo o estudo buscou colaborar através de pesquisas e praticas
metodológicas que visam encontrar meios de atrair os jovens
realizando práticas de leitura, uma vez que foi analisada e
confirmada a conexão entre a leitura e a construção do saber. A
pesquisa foi embasada por análises de autores que se dedicaram, e
alguns ainda se dedicam ao estudo da leitura. Foi usado como alicerce
também, pesquisas bibliográficas através de artigos, livros,
e-books e revistas que falam sobre o assunto. Apesar de o estudo ter
tido embasamento diversificado, de contextos históricos e sociais
diversos, foi visto uma variação no decorrer do tempo, ou seja, foi
percebido um aumento, embora pequeno nos últimos anos.
Essa
mudança decorreu da possibilidade de acesso aos livros didáticos
nas escolas, por parte dos alunos, uma vez que compra-los seria
impossível para muitos destes. Tanto a escola, quanto o professor
têm papéis imprescindíveis na construção do hábito da leitura
discente, porém notou-se que o papel da família também deve estar
em sintonia com esse sistema, para que se desenvolvam momentos em que
seus filhos sintam prazer em ler.
Por
meio da pesquisa, foi confirmado que mais da metade dos alunos não
encontram em casa um ambiente propício para ler, e por isso cabe à
escola promover projetos que estimulem o hábito pela leitura, como
também estabeleça uma relação mútua de parceria com a família
dos jovens discentes, propondo-se a concretização destes ou demais
propósitos.
Enquanto
se desenrolou a construção do trabalho, notou-se que o processo da
construção do hábito da leitura, deve ser orientado através de
propósitos claros e objetivos por parte do profissional docente, e
para isso o professor necessita de sustentação e aprofundamento no
conhecimento teórico. Para basear sua prática como docente, deve
fazer valer suas ações, de modo que seja um exemplo a ser seguido,
ser um leitor inato, ter prazer em ler e motivar os sujeitos a lerem.
Também se notou que é muito importante que o docente conheça e
reconheça a bagagem cultural e social que seus alunos trazem
consigo, ou seja, seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida,
buscando ampliá-los.
Os
educadores devem dominar as estratégias necessárias para criar a
prática da leitura como hábito e com resultados relevantes para o
aluno no âmbito escolar, e ofertando qualidade no seu
desenvolvimento em sociedade, buscando apoio no grupo escolar, de
modo que contribuam para o aperfeiçoamento dos trabalhos que
envolvam a leitura.
O
trabalho abordou meios para a transformação de estudos que englobam
a leitura, por meio do enriquecimento da prática diária de ler e
interpretar o mundo em que se vive. Foi possível crer, que esta
pesquisa viabilizou a revisão e uma possível reflexão á respeito
das práticas pedagógicas na construção do prazer pela leitura, no
desenvolvimento do sujeito leitor e a possibilidade de novas “vias”
oferecidas pela leitura em sociedade.
Concluiu-se
que a pesquisa teve como fundamentação autores de grande
contribuição em âmbito nacional nos estudos que permeiam questões
educacionais. Tais autores tiveram um papel fundamental no
desenvolvimento deste trabalho.
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